Trabalhadores denunciam sobrecarga de trabalho e assédio moral na Call

A categoria participou da assembleia geral na porta da empresa

Autor: Redação Sinttel
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Nesta quinta-feira (2/2), os trabalhadores da Call Tecnologia se reuniram em assembleia geral em frente à sede da empresa, no SIA, para denunciar as péssimas condições de trabalho nos Call Centers do Ministério da Educação, Ministério do Trabalho e Ministério da Saúde. Segundo os trabalhadores, desde que os ministérios reduziram o número de postos a Call Tecnologia, afim de não perder ligações e não ver seus lucros reduzidos, tem aumentado as cobranças típicas dessa atividade. Entre as medidas denunciadas pela categoria estão: O controle das idas ao banheiro, controle excessivos de pausas e intervalos, aumento das ameaças de medidas disciplinares e, o pior, a empresa tem intensificado as monitorias de qualidade, ou seja, o empregado além da abusiva sobrecarga de trabalho, devem manter a agilidade no atendimento, rapidez na digitação, sem falar que, caso não mantenha o sorriso na voz, são pontuados e tem suas “notas” reduzidas.

O Sinttel-DF lembrou durante a assembleia, que a atividade já é considerada umas das que mais adoece no país, e as medidas tomadas pelos órgãos e pela empresa trarão reflexo a curto prazo na saúde dos teleoperadores. Doenças como, LER, DORT, perdas auditivas, problemas na fala, além daquelas relacionadas a saúde psíquica dos trabalhadores, como a depressão, síndrome do pânico, Transtorno Obsessivo Compulsivo (T.O.C.), entre outras que são comumente encontradas nesta atividade.

Desde que as denúncias começaram a chegar ao Sinttel-DF, foram solicitadas reuniões com os gestores dos contratos (MEC, MTE, MS), para discutir os problemas relatados pelos trabalhadores. Mas até o momento, a inercia e falta de respeito aos empregados tem predominado. A empresa faz corpo mole e empurra com a barriga, e os órgão do Governo Federal tratam a situação como se não tivessem responsabilidade “solidaria e subsidiaria”. É certo que tais situações acabarão nos tribunais.

Durante a assembleia, a categoria denunciou ainda a falta de resposta quanto a pesquisa realizada para a troca do plano de saúde e das as condições nas instalações da empresa. “Está faltando copos descartáveis e, muitas vezes, até papel higiênico nos banheiros”, afirmou uma trabalhadora. A empresa nega. As denúncias são gravíssimas, o que exige da Call uma resposta imediata para sanar os problemas.

Para o diretor do Sinttel-DF Clemilton Saraiva, os trabalhadores do Call Center do Ministério da Saúde estão passando por uma situação inaceitável. “O órgão que tem a responsabilidade justamente de cuidar da saúde dos brasileiros despreza a saúde dos seus trabalhadores terceirizados”, disse Clemilton. O diretor afirmou que até o momento o ministério não se manifestou sobre qual a empresa que assumirá o contrato do call center.

No encerramento da assembleia, o diretor do Sinttel-DF Leandro Fonseca conclamou a categoria para continuar mobilizada contra as demissões e retiradas de direitos na Call. “Caso nada seja feito, esses problemas que estão acontecendo nos contrato do MS, M.T.E e MEC [redução de custo e supressão contratual] acabará se estendendo para outros contratos”, enfatizou. O Sinttel-DF alerta que esses órgãos contratantes responderão solidariamente pelos danos que a sobrecarga de trabalho trará à saúde dos trabalhadores.

Ignorância e prepotência

Devido a participação expressiva dos trabalhadores na assembleia geral, a empresa convocou uma reunião com o Sinttel-DF. Após a direção do sindicato formar a comissão que participaria da reunião, a direção da empresa impediu que o representante sindical Márcio Mendes Celestino participasse da reunião, motivo pelo qual, a reunião foi suspensa.

A decisão de escolher a comissão que representa a categoria numa mesa de negociações cabe exclusivamente aos trabalhadores e seu sindicato, não a empresa.

Desta maneira, o Sinttel-DF espera que a Call reveja sua posição e reavalie suas ações e retome o diálogo respeitoso com a entidade sindical. Esperamos ainda que a empresa agende nova reunião para discutir as demandas dos trabalhadores, evitando assim, conflitos trabalhistas desnecessários.

Veja nota de repúdio do Sinttel-DF

Data

03/02/2017

Assunto

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