Trabalhador não contratado no processo de primarização da Oi causa comoção nos colegas
Exclusivo: Depoimento da filha no comentário da matéria postada em 06/06/13.
Autor: Redação Sinttel-DF
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No último dia 6 de junho, o nosso site publicou uma matéria da assembleia e fez referência à comoção que o depoimento de Wailson Barbosa Andrade causou nos trabalhadores, relembre o texto: Um momento marcante da assembleia foi quando o técnico Wailson Barbosa de Andrade pediu a palavra e emocionou a todos ao relatar que sempre se dedicou ao trabalho na Alcatel durante anos para dar estabilidade à família. Andrade não foi contratado pela Oi. Mesmo desempregado, Wailson deixou uma mensagem de otimismo aos trabalhadores “ninguém deve abrir mão de sua dignidade”, desabafou. Leia a seguir o texto do comentário de Walesca Barbosa de Souza, filha de Wailson.
Depoimento de uma filha ante a demissão injusta e covarde do seu pai na Oi.
É um absurdo uma empresa tão grande e importante para o país realizar um acordo coletivo com o sindicato e depois, simplesmente atropelar o que foi acordado anteriormente. E também revoltante por saber que durante o mês de maio inteiro o meu pai, Wailson Barbosa de Andrade, esperou ansiosamente a resposta da empresa por sua contratação, e no último momento, após a espera agonizante de um mês, recebeu a triste notícia de que seria demitido.
Antes disso ele havia recebido a resposta de que todos os trabalhadores seriam recontratados na transferência das empresas, e tinha a esperança de que a demora para o contatarem fosse apenas uma falha no sistema.
O meu pai era extraordinário em seu emprego, apaixonado pelo que fazia, competente, responsável, se destacava nas funções que desempenhava. Trabalhava nessa empresa há mais de vinte anos. Se dedicou a ela por todo esse tempo. Fez a sua vida por meio dela. E hoje essa mesma empresa está tirando o seu meio de ganhar a vida. Está mandando embora um empregado de competência comprovada e de relevada importância na região em que atuava.
É triste saber que, não apenas a minha família, mas também as famílias desses poucos trabalhadores que receberam a infeliz notícia da demissão estão agora em função do destino. Famílias estas que precisavam do trabalho dessas pessoas. Famílias que como a do meu pai, tiravam o seu sustento desse trabalho.
É repugnante a enorme irresponsabilidade, crueldade, injustiça e covardia por parte da empresa Oi, que agiu de má fé, golpeando todos esses trabalhadores.
Deixo aqui o meu sentimento de revolta e profunda tristeza. E aproveito para dizer que o meu pai vai vencer. Se ele está passando por essa infelicidade agora, é porque Deus tem um plano maior para ele, um plano que ainda desconhecemos, mas que mais cedo ou mais tarde iremos descobrir. Rezo por essas poucas famílias, que assim como a minha, estão passando pela mesma situação, e desejo sorte a todas elas.
Força é o que devemos ter nesse momento.
Walesca Barbosa de Souza, filha desse extraordinário, admirável e, agora, injustiçado trabalhador.
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12/06/2013